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PDG 1º ANO: EXPLORANDO A FLORESTA

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por Axl B. Hannover » 03/07/2016 às 16:58:59
Título: PDG 1º ANO: EXPLORANDO A FLORESTA
Axl B. Hannover
 

EXPLORANDO A FLORESTA



- Sean Smith, venha! Está frio lá fora. Você precisa se agasalhar. - Ordenei, tateando a cama, até encontrar a camisa de moletom canina que minha avó havia feito para meu amigo de aniversário. - Isso! Venha. Mas fique quieto. - O Golden Retriever brincava comigo, lambendo-me o rosto, enquanto eu o tentava segurar e vestir o casaco nele. - Agora levante a patinha... Direita... Agora esquerda. Muito bom! Bom menino. - Elogiei o cão, afagando-lhe a cabeça, o peito e dando-lhe um abraço. - Cadê sua coleira para colocarmos? - Perguntei ao Sr. Smith, que contornou a cama agilmente, pegando o objeto e me entregando em mãos. - Boa, garoto. Tome um petisco. - Tirei um biscoitinho do bolso, dando-lhe na boca, pondo a coleira em seu corpo para seguirmos para aula. - Pronto. Agora vamos!

-Podemos ir? Também tenho que ir para aula - Reconheci a voz do meu irmão, que me aguardava no Salão Comunal um tanto impaciente. - Não precisava esperar por, Sr. Esquentadinho. - Retruquei ironicamente. - Vai para sua tão querida aula, se é o que você tanto quer. Eu me viro com o Sr. Smith. - Respondi, dando comando ao cão que avançássemos para fora do cômodo. - Hey! Para com a palhaçada, ‘tá bom?! Você sabe que mamãe me deu ordens expressas de auxiliá-lo aqui em Durmstrang até que você se sentisse confortável em andar sozinho. Do contrário ela vai arrancar meu couro... - Disse Elroy, já correndo com sua mochila em meio ombro, posicionando-se a minha frente e cedendo-me o braço para que eu o segurasse. - Eu sei! - Apertei a bochecha do meu irmão, sorrindo vitoriosamente. - Toca para aula de Psicologia das Guerras!

Sem demora estávamos Sean e eu na orla da Floresta de Leshiy, compondo uma das fileiras de alunos do primeiro ano da Romanov, aguardando o início da atividade programada pela mestra. - Obrigado pela ajuda. Cuidado para não se perder no caminho de volta. - Zombei do meu irmão, tendo a certeza de que se o pudesse ver neste momento, ele estaria indicando-me seus dedos médios ao passo que tomava seu rumo de volta ao castelo. - Vê se não morre hoje, porque eu quero estar junto de você quando esse dia chegar! - O mais velho replicou, arrancando-me o riso. - Sai ‘pra lá, Agoureiro! Sei que você seria o primeiro a cair chorando na minha sepultura. - Então, voltei-me para os demais colegas de classe, percebendo que Elroy já teria se afastado o bastante para continuarmos com nossas provocações.

Enfim os cumprimentos e apresentações foram iniciados pela Sra. Sartini. Bom, nada muito longo ou especial, pois logo fora interrompida com a chegada de mais um grupo de alunos trazidos pelo guarda-caças da escola, que ganhavam destaque nas palavras jocosas da professora. Contudo, pouco depois dos atrasados se unirem às suas respectivas fileiras, a mulher continuou falando de suas intenções para o estudo daquela noite, ratificando a presença dos intercambistas de Hogwarts e Beauxbattons e lhes esclarecendo o propósito da cátedra a qual assistiam, sendo totalmente diferente das disciplinas lecionadas em suas escolas de origem. - “Foi por aulas como esta que papai queria que eu viesse para Durmstrang. Crendo que assim conseguiria maior autonomia, dentro de minhas limitações visuais, do que se estudasse em outra instituição de educação bruxa.”

- Que coisa mais linda esse cachorro! Acho que você merece um abraço quentinho, não é? - Escutei uma voz feminina ao meu lado, interagindo com meu companheiro num tom meio retardado e se aproximando dele, com o claro intuito de mexer e brincar com ele. - Não! - Antecipei-me, sendo taxativo para a menina. - Ele está em serviço. Espere ele estar sem a coleira para brincar. - Então, complementei, explicando que cães guias não devem ser importunados e terem suas atenções desviadas quando estão exercendo suas ocupações. Ouvi o sorver de ar pela boca da jovem, que se preparava para me retorquir, porém ela falhou em sua empreitada. - “Ihhh! Fracassou... Todo mundo fica com pena do ceguinho e não responde o coitadinho. Hahahaha!”

No entanto, a garota insistiu em continuou o assunto, ao invés de desculpar-se de afastar-se, como o usual. - E esse cachorro lindo tem nome? Algum que o dono possa me dizer? - Ela perguntou. - O nome dele é Sean Smith. Mas ele também atende por Sr. Smith ou Pulguento - “[...] como meu irmão prefere chamá-lo.” - Respondi cordialmente, voltando-me para direção de onde a percebia com um sorriso estampado no rosto. - Eu me chamo Axl e você quem é? - Apresentei-me, ao mesmo tempo que lhe indagava a identidade. Esta era uma das coisas mais chatas de ser cego, você nunca sabe com quem está falando até se familiarizar com seu tom de voz e aroma.

Stasha, como veio a se identificar a jovem, era bastante engraçada. Ela sabia levar as coisas com bom humor, meio apressada e atropelava uma coisa na outra, mas era uma coisa legal - “Eu gosto de pessoas assim.” Por sua vez, a docente explicava como seria a atividade no interior da floresta, de modo a despertar receio e pavor de alguns (talvez muitos) estudantes – em especial, os intercambistas. Contudo, o que me dava certo receio era o que poderia haver lá dentro. Afinal, se eu tivesse medo de escuro – purff! –, tava ferrado! - “Certo! Escolas e aulas de bruxaria não estavam preparadas para prover segurança adequada para deficientes visuais, mas o mundo também não está. É por isso que papai me queria aqui. Foque-se nisso, Axl! Foque-se nisso!” - Condicionava-me à atividade proposta pela Sra. Sartini.

Começava a refletir em como faria para cumprir a tarefa quando fui surpreendido pela mesma voz feminina a me perguntar para qual lado deveríamos tomar. - “Hahaha! Essa menina é louca mesmo.” - Diverti-me com a situação. - Acho que devemos pegar o caminho pela direita, próximo aquele carvalho. - Disse apontando para direita, sem saber o que quer que estivesse lá. Dei um tempo para perceber a reação da menina, que me deu um soquinho no ombro e começou a descrever a existência de um alce enorme que vinha me pegar se eu não a seguisse, assim como a afirmar que não havia carvalho algum no local determinado por mim. - HUahhAuhaUAhUAHUAHUAH!!!! Não sou bom de dar direções, né? - Gargalhei, sendo acompanhado pela menina.

Cansados de rir e cientes que deveríamos iniciar a tarefa proposta pela docente, colocamos a pulseira que nos havia sido entregue nos braços. Tinha ainda minhas ressalvas quanto a utilizar um objeto mágico tão intimidador quanto aquele, que disparava um alarme ao detectar o pavor de quem o vestia no meio de uma floresta desconhecida à noite. - “A pessoa já está aterrorizada e ainda terá que lidar com um barulho dos infernos que será ouvido por todo entorno, chamando a atenção de qualquer criatura que estiver naquele perímetro para a localização da desesperada em questão. Não se admire se alguns estudantes tiverem um ataque cardíaco.” - Pensava sobre o assunto, reparando que o despreparo psicológico de alguns alunos era tamanho que antes mesmo de adentrar o bosque, no ato de vestir a pulseira, já ativavam o mecanismo de alarme, provocando uma reação em cadeia nos objetos similares mais próximos, independente do emocional dos outros portadores. - Que confusão que isso não vai ser... - Comentei com a minha mais nova dupla retoricamente.

Avançamos pela floresta Stasha, Sr. Smith e eu. Apesar de não enxergar, estava me sentindo bastante seguro e tranquilo pelas minhas companhias. No entanto, não poderia dizer o mesmo da jovem russa, que conjurara um feitiço de luz e continha um tom de nervosismo em suas falas, percebidas pela minha audição mais treinada. A escuridão não era um problema para mim, mas eu compreendia que para as demais crianças este paradigma não era o mesmo. O mistério que mora no breu sempre foi meu maior terror infantil também devido aos contos que meus pais e avós liam para mim. Monstros, criaturas demoníacas e tudo mais de assustador provinha deste lugar que aos sete anos passou a ser o meu mundo. Contudo, foi assim que aprendi que o que eu temia era o não saber, combinado à imaginação fértil que moldava uma série de possíveis (ou não) perigos que poderiam me fazer algum mal. - É verdade! As árvores são, relativamente, bem próximas, né? - Respondia à garota com as impressões que havia tido dos desvios feitos, irregularidades do solo e toques na vegetação do entorno. - Infelizmente, não. A névoa não possui maior diferença que uma brisa qualquer. Porém, com sua informação, agora posso idealizá-la ao nosso redor. - Tentei continuar a conversa descontraidamente.

Eis que, de repente, o apoio de minha mão direita se desligou de mim. A exclamação de susto de Stasha, seguido pelos barulhos de queda, alarme, choro e latido me espantou no primeiro instante. Sean estava agitado com o sons agudos de nossas pulseiras, que até a mim incomodavam bastante. - Calma! Calma, Sr. Smith! - Tentei segurar o cão e abraçá-lo, enquanto abafava um pouco suas orelhas. - Stasha, cadê você?! - Perguntava pela menina, a qual tinha perdido a referência por conta de todo tumulto, mas ela não me respondia. Possivelmente, estava tão absorta com a dor que praguejava, que sequer havia me escutado. Todavia, por suas reclamações, pude ter uma ideia de seu paradeiro. - Venha Sr. Smith! Venha! - Falei, conduzindo o cachorro com uma das mãos lhe tapando o ouvido e pressionando sua cabeça contra meu peito para proteger o outro, ao passo que – com a mão livre – tateava o chão e engatinhava à procura da russa. - Achei você! Acalme-se! Vai tudo acabar bem. Ouça minha voz! ‘Tô aqui contigo! ‘Tá tudo bem com você? - Disse para garota, tentando lhe dar algum conforto, mas ainda sem saber o que havia acontecido.

Stasha estava inquieta. Gemia e reclamava, mal percebendo a minha aproximação ou não dando a menor confiança para mim mesmo (¬¬). Entretanto, em meio a todo chororô, a garota mostrou reação, alcançando meu braço e o escalando com o tato até meu ombro, onde me abraçou com muita força de repente. Senti seu coração disparado e um leve tremor em seu corpo. Ela estava assustada. Seja lá o que tivesse acontecido, havia abalado seu emocional de uma forma – poderia dizer – desconcertante. - Sou eu, sou eu... Não se preocupe. Está tudo sob controle. Não foi nada. - Respondia à menina, que pedia por uma confirmação e se desculpava pelo gesto impremeditado de me abraçar, porém ficando nesta posição por alguns segundos a mais.

- OK! Agora me diga o que aconteceu? - Indaguei-a, sendo esclarecido – entre gaguejos exasperados e faltas de ar – de que ela tinha se prendido em uma corda, ou algo similar, caído no chão e quebrado o nariz, que estava a se esvair em sangue. Além de que havia perdido sua varinha. - Putz! Para quem era a rainha da floresta você caprichou, hein. - Fiz uma piada um pouco desapropriada, mas a vida era assim. Ria das desgraças que elas se tornam menores do que realmente são – assim dizia o vovô. De certa forma, a rurikovicha (Gostei disso! XD) parecia um pouco mais calma agora que estávamos próximos e conversando. Até o apito da pulseira estava diminuindo enquanto ela pedia perdão ao Sr. Smith e justificava seu nervosismo. - Relaxa! Nada como uns biscoitinhos caninos para tudo ficar bem ‘pro meu amigo aqui. - Interrompi o monólogo, sorrindo.

Apesar de ter se acalmado um pouco, a jovem ainda estava muito preocupada com o sangramento e o fato de estar sem sua varinha. Dentro do que nos era possível fazer, de início, estancamos o nariz de Stasha, inclinando sua cabeça para cima e clareamos o ambiente a nossa volta. - Lummus! - Conjurei para que ela pudesse identificar o que havia acontecido com sua perna, logo sendo revelado que havia sido capturada por uma armadilha para bichos pequenos. - Esse caçador nem imagina o quão grande foi o animal que ele pegou dessa vez. - Brinquei com a menina, levando um tapa ardido no braço, enquanto ria e me mantinha na posição de auxílio com a luz para que ela pudesse tirar sua bota e se livrar da armadilha.

Finalmente, as coisas pareciam estar retornando a normalidade. Sem as amarras no tornozelo, a russa se levantou e, em seguida, veio ao meu auxílio, oferecendo-me ajuda, chamando-me de “amigão”, o que estranhei no primeiro momento e, provavelmente, tendo sido refletido em minha expressão facial, pois, mesmo sem falar uma palavra, ela me indagou o que havia acontecido e ratificou, ainda enfatizando, que eu era seu melhor amigo. - “Senhor! Quem vira melhor amigo em menos de 01 hora de aula nessa vida?! Cada maluco que me aparece...” - Pensei, não conseguindo segurar o riso e as ironias de minha língua afiada, reconheço. - Eu? Seu melhor amigo? ‘Tá mal parada de amizades, hein... - O que ela não comentou, apenas riu e prosseguiu me ajudando, pedindo ao cão procurar sua varinha perdida. - Acho que Sean pode fazer isso por você. - E, com essas palavras, soltei o cachorro da coleira. - Busque a varinha da Stasha, Sr. Smith! - Ordenei, batendo as palmas da mão e percebendo que o animal logo se pôs a vasculhar a floresta.

Ciente de que não poderia auxiliá-los por minhas limitações, fiquei parado, recostado a árvore próxima de onde Stasha havia caído e comecei a prestar mais atenção no entorno. Talvez fosse pela umidade natural da vegetação mais aglomerada, mas sentia o interior da floresta como sendo mais fria que fora dela, subindo-me um leve calafrio pela coluna de repente, sem qualquer explicação. - “Mantenha-se calmo, Axl. Não tem porque ficar nervoso. Você está acompanhado e existe uma equipe se professor e alunos veteranos para apoiá-lo em caso de perigo... Embora o perigo possa ter sido chamado atenção com todo alarde das nossas pulseiras.” - Ponderei, aguçando meus sentidos e conseguindo ouvir um farfalhar de folhas distinto dos originados pela menina e pelo cão, assim como distante de nós, vindo em ao nosso encontro. - Stasha! Tem alguma coisa vindo para cá. Achou sua varinha? Precisamos nos esconder. - Avisei a menina do que tinha detectado. - Sr. Smith, junto! - Chamei o cão guia, que veio imediatamente à mim e se colocou na posição para vestir a coleira. - Bom garoto! - Elogiei-o em baixo tom de voz, colocando seu apetrecho de serviço. - Vamos! Precisamos achar um lugar para nos escondermos. Não sabemos o que está vindo para cá.


EXTRA
Disciplina: Psicologia das Guerras
Docente: Arabella B. Sartini
Aluno: Axl Berthrand Hannover
Série: 1º Ano
Citações: Sean Smith (o cão), Elroy B. Hannover (o irmão), Niura T. B. Hannover (a mãe), Arabella B. Sartini (a professora) e Stasha Preobrazhenskaya (a desconhecida)
Almejando: Qualidade Concentração
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