- Consuelo Pazos de Santana
- Mundo Mágico
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A maioria das pessoas não tem muitas nem detalhas recordações de sua infância. Consuelo tem menos. Nascida na Espanha, a pequena menina foi abandonada às portas de um orfanato de Toledo, cidade próxima a Madri. As freiras, não de todo desacostumadas a esses eventos, criaram a menina. Apesar de sua beleza precoce, a garota nunca chegou a ser adotada, por isso amadureceu dentro da difícil disciplina imposta pelas irmãs do orfanato. Nunca fora uma garota solitária porém, muito pelo contrário! Crescera cercada de amigas e admiradores, e de invejosas também - por que não? Apesar de tudo, vivia no orfanato como uma menina normal, sabendo escapulir das freirinhas quando se mostrava necessário. Foi muitas vezes repreendida e castigada severamente por suas arteirices, entretanto tinha um carisma fora do comum, capaz de enternecer o mais duro dos corações. Não era, portanto, surpresa que fosse a queridinha das freiras e a mais mimada das crianças do orfanato, não que isso significasse grande coisa. Sua infância se desenrolou com razoável naturalidade, sem grandes proezas, mas isso não impediu que aos seus onze anos lhe chegasse uma coruja com uma cartinha de Hogwarts. A princípio aquilo pareceu uma brincadeira de mal gosto, mas as corujas não deixaram de vir e as incrédulas irmãs tiveram que se submeter aos fatos: haviam criado, sem saber, uma bruxinha. O fato dividiu opiniões, gerou inúmeras polêmicas e a questão só se resolveu quando um dos próprios funcionários do Ministério da Magia apareceu no orfanato para levar a menina, garantindo que dariam a ela todo o necessário para que estudasse na escola inglesa, e que retornaria nas férias até que completasse a maioridade. Em Hogwarts tudo era diferente. Não que ela fizesse o tipo santinha, isso nunca fora, mas em Hogwarts era mais livre do que sempre havia sido, e lá podia desenvolver tudo o que no orfanato era necessário manter oculto. Passava raspando nos exames finais, era péssima nos estudos, mas até que conseguiu, com alguma dificuldade, dominar os feitiços. Ia muito bem com os esportes também, mas o seu talento real era a dissimulação. Mais uma vez, era a queridinha dos professores e a invejada da classe. Tornara-se linda. A formatura passou como um raio, sequer se lembrava daqueles que estudaram com ela. Mantivera alguns poucos amigos próximos, mas mesmo desses acabou se afastando em razão da vida que passou a tomar... Como dizer? Uma vida aventureira, não no mal sentido - mas quase lá. Não sendo muito dada a uniformes, horários e prazos, Consuelo assumiu uma vida alternativa. Afinal de contas, a cada dia um otário sai de casa, e Consuelo sabia como lidar com eles, especialmente com os ricos. Ah, esses eram os seus preferidos! Que sem graça seria descrever, assim, tão rasamente, tudo o que aconteceu!! Não, deve-se respeitar o suspense. Uma mulher sedutora como Consuelo não entrega assim, de uma vez, seus segredos. Trabalhou em muitos lugares (por pouco tempo), inclusive fez partes de seleções de quadribol, mas ainda assim sempre instável, preferindo ver sua vida como uma aventura...
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