Quem sou eu?
Uma questão simples que respondo de maneiras diferentes todos os dias, ao longo dos últimos 15 anos, mas que atualmente soa como: sou Melinda Ainsworth, 46 anos, nascida em Londres, Inglaterra, filha de um pai sangue-puro e uma mãe mestiça; formada com ótimos NIEMs em Hogwarts, treinada junto aos Aurores do Ministério Britânico, ex-Auror do Ministério Sul-Africano e alguém que é boa demais para estar morta.
Acrescento: não entenda esta última sentença como arrogância. É um fato, necessário e vital. É a certeza que faz com que, independentemente de onde ou como eu esteja, siga em frente. Apenas isso. Meu caráter (ou ausência dele, quem sabe) não está embutido em algo tão simples como uma frase.
Qual a minha história?
Não importa. História é passado e o que passou não altera a incerteza do futuro, não trará ou mudará nada, assim como conhecer seus personagens (ou seja, aqueles que cruzaram e cruzam minha vida) é indiferente, até que eles surjam e se façam úteis. Contudo, para fins de conformidade com regras, pode ser interessante informar que, cerca de três anos atrás, deixei de prestar serviço ao ministério em uma aposentadoria considerada, por alguns, precoce. Não foi um afastamento ou doença (como bem poderia ter sido ou como é bem comum ou como era até mesmo o esperado). Pelo contrário, ainda tinha plena capacidade de ação caso assim quisesse. Foi tão somente uma escolha como tantas que são feitas pela vida e uma das mais justas. Afinal, depois de 25 anos servindo à comunidade mágica em ações de alta periculosidade, um descanso para o corpo e a mente é merecido.
O que tenho feito neste descanso?
Existido. É estúpido dizer algo assim, mas é um ato e também difícil por si só. Percebo como é fácil fazer da carreira sua vida, mas fazer da sua vida _sua_ _vida_... Eis o desafio. Tenho tentado e conseguido na medida do que me é possível, mas percebo que ficar parada no mesmo lugar não é para mim. Mais do que nunca, não mais. Então, creio, está na hora de buscar o próximo passo.
Qual o próximo passo?
O que surgir. Ambições não são necessárias nesta altura da vida (e não posso deixar de achar irônico afirmar isso, considerando que um dia pertenci justamente à casa dos, entre muitas características, ambiciosos). Então, no fim, contanto que eu continue a existir e que não interfiram naquilo que diz respeito a mim, será suficiente.
[Tattoo] - Marcas corporais: Cicatrizes inumeras dos anos como auror, mas uma em especial que circunda o anelar esquerdo e parece uma antiga queimadura feita por metal quente