- Noël Olivier du Rhéart
- Mundo Mágico
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Noël nasceu em Marselha, filho de um oficial da marinha mercante francesa e de uma professora bruxa. Desde cedo, encantou-se pelo mar e sempre gostava de visitar o porto da cidade e andar de barco com o pai. Juntos, construíram vários pequenos barcos improvisados, nos quais navegavam nas praias próximas, ao ponto de concluírem viagens sem escalas entre Marselha e Nice, e depois até a Riviera Italiana. A vida no mar, no entanto, não era o que seu pai desejava para o filho. Queria que ele fosse formado e tivesse um emprego regular. E ao descobrir que era bruxo, foi para Beauxbatons, o que o afastou ainda mais da grande paixão. Ao se formar jornalista, Noël voltou para Marselha. Trabalhou na redação de vários jornais locais, trouxas e bruxos, sempre procurando eventos relacionados ao mar e a navegação, como corridas de iate, regatas no Mediterrâneo, eventos de pescaria na região. Até o dia que fixou na ideia de construir um veleiro com as próprias mãos e os recursos que possuía, o Tiburon. Recebeu uma herança moderada de seu pai e dos vários anos no mar e uns bons galeões de sua mãe. Era o suficiente para viajar sem lenço nem documento. A primeira parada foi nas ilhas Canárias. Conseguia fazer bicos como tradutor e nos desembarques locais. Com isso, pagava suas refeições e sua hospedagem. Ao se 'cansar' das ilhas paradisíacas, navegou até o Cabo da Boa Esperança, na África do Sul. Era o ano de 1990 e com as tensões raciais crescendo no país, Noël fez uma cobertura jornalística para a imprensa europeia, até ser expulso pela polícia local por denunciar a desigualdade no tratamento da população negra. Após sair da África do Sul, Noël partiu para Madagascar, onde encontrou inúmeras espécies de animais e plantas, que jamais sonhara ver em sua terra natal. Catalogou as que achou mais interessantes e pôs-se a navegar novamente até chegar no Sri Lanka. Foi lá que descobriu uma de suas paixões: a ioga. Sempre tomado de uma ansiedade por novas experiências, encontrou na ioga uma maneira de relaxar a mente e fazer exercícios, físicos e espirituais, e percebeu que aquilo o ajudaria nas longas jornadas a sua frente. Com esse estilo simples, ainda viajou por Hong Kong, China, Japão, Filipinas, Malásia, Austrália, Indonésia até fixar residência no Tahiti, onde morou por 15 anos, desfrutando da simplicidade da vida local e do contato com a natureza. Mas mesmo os encantos locais não foram suficientes para prendê-lo. Ele recondicionou seu antigo veleiro Tiburon e pôs-se a navegar de volta a Marselha, passando pelo cabo Horn, no sul da Argentina, costa brasileira, Antilhas, Cuba até desembarcar em Marselha. Agora quer compartilhar de suas experiências com o mundo, fazer com que as pessoas percebam o valor da vida simples e sem pressa.
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