Se questionassem a Themis Laskaris o que exatamente ela vira em Solomon Markides para ter se mantido com ele por tantos anos, sendo ela uma bruxa promissora, habilidosa e a filha do meio de uma nobre família bruxa grega, enquanto ele era um artista trouxa qualquer, provavelmente ela diria, com um leve revirar de olhos, algo como “o que o filho da mãe tinha de vagabundo, tinha de bonito e charmoso”. Uma resposta que apesar descomposta e estranha, considerando-se a usual elegância fluida da grega, refletia o quão impulsiva a mulher podia ser. Uma característica que, sem dúvidas, seu único filho, fruto do relacionamento com Solomon, acabou por herdar.
Diogenes Spyros Laskaris Markides, que em seus tempos de estudante, tendo os pais já separados, atendia por Diogenes Spyros Laskaris, ganhara dos amigos, logo no primeiro ano, o apelido de “Leão Selvagem”. Uma nomeação pertinente, não apenas porque o rapaz pertencera à casa de Godric Gryffindor e carregava consigo algumas das características principais desta, como também devido a um espírito de liberdade que beirava a inconsequência com toques de irresponsabilidade, além de, como já citado, uma impulsividade ímpar. Apesar de “comuns”, estas características logo se mostraram perigosas quando somadas ao quê de rapaz mimado pelos pais separados, fazendo com que Dio se tornasse um exemplar ‘playboy’ bruxo e aprontasse em muito durante a adolescência, os primeiros anos de vida adulta e provável que tivesse prosseguido durante o resto da vida, se em algum momento desse caminho uma camisinha não houvesse furado – se é que houve camisinha, já que, de acordo com o próprio grego “eles estavam bem loucos”.
Apesar da mãe da criança não ter exigido nada, Diogenes não se sentiu em paz, afinal, o ex-grifinório podia ser muitas coisas, mas apesar dos pesares, tinha um grande coração, proporcional à simpatia e ao volume da voz grave, e algum senso de responsabilidade quanto a outro ser humano – talvez porque ele próprio não tivera a família mais saudável do mundo. Deste modo, após algumas conversas com amigos e de prometer à Sra. Laskaris – a qual, na ocasião, largara mão do filho preguiçoso e vagal – que se esforçaria para arcar com as despesas próprias e da criança, o rapaz tentou.
Para crédito dele, tentou mesmo, mas... Ficou em uma tentativa, a qual durou alguns meses e ainda sob a asa de Themis, que perdeu a paciência com o filho, visto que este mais atrapalhava que auxiliava em seus negócios, e decidiu, após deixar bem claro que não estava satisfeita e que ele estaria por conta, voltar com sua palavra novamente e mover um dedo para ajuda-lo, contatando uma velha conhecida, a qual não apenas se encontrava em Hogwarts e se dispôs a tentar conseguir um espaço para ele, como também era uma das pessoas mais estritas que conhecia.
Deste modo, Diogenes, conseguindo a vaga em Hogwarts e desejando começar sem dar maiores problemas, optou por utilizar o segundo nome, a fim de tentar não ser reconhecido com tanta facilidade pelos rostos familiares que remanesciam em Hogwarts e, de quebra, ganhar alguns pontos com sua mãe, que sempre gostou mais daquele segundo nome – escolha dela, por sinal.
“E é assim que a minha história começa: comigo me f*dendo por causa de uma f*da.”