Eu tinha quatro anos quando ela morreu. Dizem que ela parecia comigo, principalmente os cabelos, quase brancos. Ah, Viktoriya, como sinto falta dos nossos dias de brincadeiras no meio das plantas, correndo como se o mundo fosse nosso… Inocência. Nos levaram ao castelo, meu pai era o herdeiro do trono Norueguês. Por um momento eu acreditei que teria alguma parte daquilo… Duas vezes inocente. Minha mãe ficou doente e morreu rapidamente, mas até hoje acredito que mataram a minha maior heroína.
Meu pai, o príncipe Haakon, prometeu que cuidaria de mim e que jamais deixaria de amar a mamãe. Na primeira oportunidade, permitiu que me tirassem dele e logo estava nos braços de outra mulher, criando uma nova família. Ainda muito nova concluí que ele tem apreço apenas pela riqueza e título. Ao menos, fui criada ao lado de Lasse, a quem tenho como parente mais próximo e único amor, alguém que tiraria do próprio corpo se me faltasse o que comer.
Na escola, Durmstrung, fui Willa e na mudança, acabei sendo jogada para a Romanov, diferente da maior parte dos meus amigos. Mas eu não estava lá para cultivar tantas amizades assim, apesar de ter um pequeno grupo de mulheres “justiceiras”, ironicamente, as Valquírias, para combinar com o meu nome. Mas qual o conceito de justiça para você? Para nós, é o simples fato de desejarmos algo, a justiça era para nós. Ainda assim, me tornei uma bruxa incrível.
Queria mais além dos ensinamentos da escola, portanto, deixei Lasse e nossa família e segui para Uagadou, tornando-me uma avaradora. Ter o mundo ao meu alcance sem precisar de uma varinha poderá me ser útil. O meu plano estava sendo traçado. Dezenove anos de rancor, agora, no auge dos meus vinte e três, eu poderia voltar para aquele castelo imundo e exigir o que é meu por direito: O reconhecimento de ser uma Glücksburg do Trono, mas muito grata pelo Altar.
Este desejo cresceu ainda mais em mim após a prisão de Lasse, meu querido Lasse… Atrás da orelha tenho o símbolo das Valquírias, juramos nos juntarmos sempre que fosse a hora de encontrar a justiça novamente. Talvez devêssemos lutar por ela na Noruega, conquistar e destruir. Primeiro o meu pai, e depois, o rei, e qualquer um que se meter no caminho, irá sofrer.