- Elsbeth Dawn Lehmann Jones
- 2° Ano Morrigan
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Nascida no Sabbath de Yule durante a Alvorada. Minha mãe me contava histórias sobre como essas datas eram especiais e que os que nasciam nelas, tinham uma ligação mais forte com o divino e com os seres mágicos. Bom, eu ainda não havia descoberto muito sobre isso, mas aos poucos eu novata os sinais, alguns sonhos misteriosos, animais que as vezes vinham me visitar esses tipos de acontecimentos. Apesar de ter nascido na franca, era na Alemanha que eu realmente me sentia conectada. Adorava brincar na floresta negra, e acho que isso era algo comum na família, pois mamãe me falava que meu primo Henrich fazia a mesma coisa. Ele gostava de exploração, eu já gostava mais da parte escura e sombria, onde mistérios se escondiam. Não morávamos muito longe um do outro, então sempre que dava, íamos visitar ele, ou vice versa, nos dávamos muito bem já que tínhamos a mesma idade. Mamãe tinha uma irmã gêmea a tia Mia mãe do Henrich e nossas férias eram divididas entre a família de mamãe os Lehmann Willen, que eram todos muito gentis e divertidos e a família de papai os Jones, que eram um tanto quanto estranhos e doidos mas ambas as famílias eram incríveis e seus membros um mais diferente que o outro. Minha magia despertou cedo, o que deixou papai um pouco preocupado com relação a me criar em meio a comunidade trouxa, mas mamãe sabia como era importante ter conhecimento de ambas as culturas, Mágica e Trouxa. Ela falava que todo conhecimento era válido e que uma hora poderia ser usado. A escuridão da noite me fascinava, me atraía, era como algo que ressoava dentro de mim, me chamando para algo desconhecido. Nas noites em que me sentia muito inquieta, fugia de casa e ia para a floresta, lá eu me sentia tranquila, envolvida nas sobras das árvores, só com alguns raios prateados da lua iluminando o ambiente. Depois dessas caminhadas noturnas eu voltava e conseguia dormir em paz, sempre com a sensação de que as sombras estavam me protegendo. Um dos meus passatempos favoritos era explorar o sótão de casa, nele tinha muitas coisas antigas, com segredos ocultos, e logo fiz amizade com as aranhas que ali habitavam. Numa dessas explorações encontrei uma bonequinha um tanto quanto diferente, não se parecia nada com as que eu via as outras garotas brincando, essa era meio deformada com algumas marcas pelo corpo. E eu tinha amado ela, deixaria sempre comigo. Depois de um tempo uma das aranhas do sótão começou a morar no meu quarto, talvez ela tenha me adotado, seria bacana ter uma companheira diferente. Ao longo do ano, tinha alguns festivais para comemorar os solstícios e equinócios, sempre com muita música, comidas e diversões, e competições. O próximo festival seria o de Litha, havia uma grande comemoração por conta da chegada do verão, e seria o momento perfeito para testar as habilidades que eu estava desenvolvendo com a boneca voodoo. Um dia antes do festival, eu havia decidido pregar uma peça no local onde teria a competição de corrida das crianças, escalei uma das árvores para observar qual seria o melhor lugar para a armadilha, quando de repente o galho que eu estava se quebrou e tudo ficou escuro. Cá estava eu nas trevas novamente. Não sabia ao certo quanto tempo havia se passado, só sei que estava anoitecendo, e eu precisava voltar logo para casa. Me levantei, olhei em volta e tive a sensação que algo estava me observando. Tinha algo diferente, mas eu não sabia o que era, talvez a pancada na minha cabeça tivesse sido piro do que eu imaginava. Apertei o passo para chegar o quanto antes em casa, torcendo para meus pais não terem notado meu sumiço, a floresta ficava cada vez mais sombria com a vinda da noite. Finalmente na segurança de casa, o cansaço e o sono já mostravam sua chegada. Estava já em minha cama pensando em tudo o que havia acontecido hoje, mas o sono já turvava meus pensamentos e logo eu apaguei novamente. Sonhos estranhos me deixaram inquieta a noite toda, estava com uma sensação de que alguma coisa estava perto de mim, algo oculto nas sombras. Logo a manhã chegara, e parecia que eu não havia dormido sequer 5 minutos. Demorei mais alguns minutos debaixo das cobertas, dando partida no cérebro. “Nossa amanhã já é o festival. Espero que tudo corra bem!” e foi com esse pensamento que pulei a cama, meu cérebro processando as informações a todo vapor. Algo estava errado, será que era minha cabeça? Tinha alguma coisa diferente e eu não sabia o que era, as peças do quebra cabeça não se encaixavam, decidi então jogar uma água no rosto para despertar os sentidos de uma vez por todas. — Arg, aquela queda deve ter sido feia. Minhas memórias estão meio bagunçadas, flashs de momentos sem ligação. Bom, pelo menos acho que vou conseguir uma vantagem nos desafios do festival. — Só de pensar na cara das outras crianças ficando presas em minhas armadilhas enquanto eu conquisto a vitória, vai ser realmente um deleite para mim. O dia até que passou rápido, fiquei o tempo todo no meu quarto na companhia de Voody, a boneca de voodoo, e Judith a aranha, ambas pareciam gostar da minha presença. O festival chegou, e foi muito divertido, mas por alguma razão que eu desconhecia, as armadilhas que pensei ter preparado não estavam mais lá. “Será que alguém me viu e desarmou as traquinagens?” Bom, terceiro lugar na competição não era algo ruim, mas no próximo festival tudo sairia da forma planejada. No fundo eu sentia que algo havia acontecido comigo depois daquela queda. Não se passou muito tempo quando recebi minha carta para Beauxbatons, junto com um objeto estranho, questionei mamãe e papai e eles explicaram que aquilo era uma chave de portal, um meio de transporte que me levaria diretamente para a academia. — Já que recebi minha carta, podemos ir no beco diagonal fazer a compra dos materiais? — Perguntei para meus pais que ficaram surpresos e aceitaram meu pedido. Seria uma boa oportunidade para encontrar um livro sobre voodoo, e uma caixinha para Judith, já que eu com certeza a levaria para minha nova morada.
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