O passado e o presente sempre foram figuras de grande poder na definição do futuro. Você pode decidir mudar seu futuro com base nos efeitos do passado, alterando seu presente para que isso ocorra. Ou aumentar o impacto das suas decisões diante do que acontece ao seu redor. Mas, tudo pode ser feito para fazer essas alterações e somente se será visto o sucesso ou não… no futuro. O presente se torna um conjunto das decisões pensadas para o incerto - ou certo, para quem achar que é capaz de controlar aquilo que se muda por tantos fatores. E era sempre nisso que Luba, ela prefere ser chamada pelo segundo nome pois somente a família dela a chama pelo primeiro, viviam se pegando a pensar. O passado não a condenava, nada disso, mas era uma pesada linhagem que sempre a fazia perceber que o futuro era, na verdade, esse conjunto de decisões dela própria e impostas que a impactam profundamente.

Zariyah (ou Luba) nasceu cinquenta minutos ao norte da Rússia em um momento inesperado. Os pais da jovem, que fazem parte da Assembléia Russa como agentes especiais mágicos, estavam ali há algum tempo trabalhando em um caso essencial para a comunidade. A gravidez não havia sido planejada (na verdade, eles nunca quiseram ter filhos) e aquilo atrapalhava muito os planos deles de continuarem sendo tanto dos agentes especiais quanto da famosa rede de espiões Vandeboncoeur. Sim, o sobrenome de Luba era um dos esconderijos seguros para eles que agora precisavam deixar a pequena enquanto trabalhavam. Eram as escolhas, não é mesmo? Coisas que impactaram a pequena desde sempre e que, de alguma forma, foram formando a personalidade dela de insegurança, mas de extrema força e resiliência.

Cresceu vendo pouco os pais, muito menos sabendo aonde iam e tão pouco se eles estariam vivos. A sensação de ser deixada para trás nem sempre se era dita, já que a avó havia se mudado da França onde a base dos espiões ficavam para cuidar da pequena. Ela foi criada nos detalhes franceses, como também nos costumes da família, sendo presa após começarem a perceber que ela não detinha somente a comum magia dos bruxos. Treinada constantemente, a garotinha achava nos jardins da casa, como na rua e nas aulas com a rígida avó, um espaço para criatividade e também imaginação quando podia. Objetos flutuam ao seu redor, como também ela conseguia controlar eles com as mãos, quando bem concentrada. Sentia-se como Mathilda, achando que era um poder treinado que ela precisava adquirir se ela fosse mais confiante.

Mas como ser quando não conhecia ninguém da idade dela direito? Os primos ou eram mais velhos, nunca os viu e também sabia que não os veria até a idade adulta. Ou seja, ela vivia solitária até que encontrou a carta para Durmstrang. A proposta de ir a uma escola cheia de pessoas, tendo de esconder que ela tinha certos poderes, como também não podia contar a verdade sobre os pais e si mesma parecia sufocante. Sabia ela falar com as pessoas? Tinha coisas piores do que isso: AMIZADES. Como ela iria lidar com tudo isso? A criação da avó lhe era voltada para treinos, exercícios, horários livres e comer um pouco de doces, pois ninguém era de ferro. Mas nunca havia sido muito de dizer seus medos a ninguém - muito menos do seu medo do escuro pois seu quarto fazia sombras que a deixavam assustada.

A ida para Durmstrang, como também a escola para Rurikovich foram uma novidade atrás da outra. Conheceu ótimos amigos, dos quais ela tem certeza absoluta de que estão com ela pelas suas capacidades de luta. Ou por ser uma boa ouvinte e calma quando eles querem realmente destruir a sociedade. Luba não é alguém que fica caçando combates ou que se esbalda mostrando as habilidades de luta. Muito pelo contrário. Se pudesse, nem se quer estaria em algum ranking ou se metendo em coisas para que os outros vissem o quanto ela era boa. Vinda de uma família de espiões, se ela estivesse bem cuidada e guardadinha ao longo dos anos em Durmstrang, melhor para ela.

Ainda mantinha características da indecisão, da preocupação, de se sentir inadequada. Quem deixava uma pequena garota que não se achava tão inteligente ou boa quanto sua família e amigos ser colocada em uma instituição que a força dela eram suas características? Ser somente um soldado não era uma possibilidade, mas também se misturar não era possível. Seus medos não podiam ser mostrados, mas Luba sabia um jeito de se virar e, com isso, ela faria o melhor para ser o que precisava ser, mas buscando uma forma de conseguir colocar sua própria pitada de alegria e energia no caminho.