- Eva Krumskyh
- 1° Ano Rurikovich
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- Quieto, Valente! - Sussurrou e esperou por um minuto inteiro, o coração disparado, para ter certeza de que ninguém ouviu o barulho depois que o gato derrubou aquele copo de madeira vazio no chão. Respirou longamente repreendendo o bichano com o olhar, mas também de alívio ao perceber que ninguém da casa associou, erroneamente, o baque com o fato de que ela ainda estava acordada no meio da madrugada. Estava ansiosa. Iria, pela primeira vez, sair da ilha onde morava. Iria para Durmstrang! Não que conhecer a escola fosse a sua maior expectativa, pois apenas se empolgava com a simples ideia de conhecer qualquer outro lugar que não fosse a vila onde morava. Tal era a sua animação que sentia como se tivesse diversos comichões empolgados dentro de seu estômago. Não que também não gostasse do lugar onde vivia. Sua família toda estava ali, e quando ela dizia ‘toda’, era ‘’toda’’ mesmo. Sua mãe, seu pai, seus irmãos mais velhos, seus tios, primos, avôs; todos! E era verdade que não conseguia se ver morando distante deles. Situação que lhe causava um interessante conflito. Contudo, se para eles tudo o que havia naquela ilha era o suficiente para viver e não lhes instigava a vida lá fora, não adiantava continuar a tentar convencê-los, então, também não poderia se lamentar por não poder ter a companhia deles em uma viagem que sempre idealizou, mas que nunca aconteceu. Assim, lhe restava apenas ficar feliz pela oportunidade de poder conhecer um lugar diferente, mesmo que sozinha. Dado o horário tardio, decidiu por fim tentar dormir. O dia seguinte seria agitado e talvez tanta expectativa tenha finalmente lhe cansado e lhe dado um pouco de sono. Eva não era sempre ansiosa. Era somente alegre e animada como uma criança de onze anos deveria ser. Vinha de uma família tradicional e grande, e o seu lar era feito de afeto e de laços consistentes e protetores. Tinha pouquíssimos amigos, além dos primos e parentes; devido ao fato de sua família ser reservada às proximidades familiares, talvez por isso fosse um tanto tímida e igualmente reservada para quem vinha de fora. Todavia, isso não quer dizer que não gostasse de conhecer novas pessoas, apesar das raras oportunidades. E esse era mais um motivo de sua empolgação. Em falar em amigos, possuía um gato. Valente era um felino preto de pelo curto que fazia jus ao nome que carregava. Eva imaginava que ele também deveria estar animado para conhecer qualquer outro lugar fora daquela ilha. Olhou para os olhos amarelos que flutuavam no escuro e sorriu, cúmplice, antes de se virar em sua cama na tentativa de pregar os olhos. Suspirou, no fim, ainda sentindo o seu estômago explodir, imaginando, com um aperto no coração, como se daria a difícil despedida de sua família, do mesmo em que desenhava em sua cabeça o que esperava que fosse do prédio de Durmstrang. - Ficou óh -
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