Matthews Foster definitivamente nunca se encaixou no estilo de garoto comportado, doce e cheio de afeto. Primeiramente, não conhece seus pais. Quando era muito bebê, foi deixado na porta de uma casa, apenas com uma carta, daquelas bem clássicas, que dizia algo como: "Não podemos criar a criança, espero que cuide dela por nós, que lhe dê uma vida melhor." A família que recebeu o pequenino bebê, ficou com extrema pena da abandonada criança, e achando-o lindo e ainda mais, até que não seria ruim ter uma criança em casa, recolheram a criança, para cuidar dela e fazê-la uma pessoa melhor.
A família, que era de classe média alta, cuidou muito bem da criança desde o primeiro dia desta na nova morada, e para evitar confrontos no futuro, nunca escondeu do pequeno a verdadeira história dele, que não era filho biológico, mas que eles o amavam mesmo assim. Quando o pequenho Matthews foi crescendo e ingressou numa escolinha infantil, já que os pais - trouxas, por sinal - tinham que trabalhar e não tinham com quem deixá-lo, já era fácil de notar a índole do pequenino. Agredia cruelmente as demais crianças, destruía os brinquedos e ainda tentava, quase que diariamente, fugir da creche. Em casa, as coisas não eram muito diferentes. Quando a mãe adotiva se aproximava, lhe pegando no colo, levava puxões de cabelo, mordidas e até tapas, que ainda eram leves demais para que esta reclamasse de dor, mas ainda assim já se notava que o pequeno não era flor que se cheire. Os anos foram passando e o ainda atentado Matthews só piorava. Quando entrou no primeiro ano do ensino fundamental, aos sete anos, além das brigas e encrencas que criava desde pequeno, este começava a implantar pequenas mentiras, o que acarretava em diversas consequencias: os colegas brigavam frequentemente entre si - nunca incluindo o próprio Matt -, as coisas que este quebrava e jogava a culpa em algum coleguinha faziam com que ambos levassem uma bela bronca, mas ainda assim Matthews insistia em sua mentira, e negava até o fim que fosse ele o culpado pela quebra da caneta, do lápis ou de qualquer outra coisa. Nos anos seguintes, a coisa não foi muito diferente, pelo contrário, só piorava. Agora, as garotas eram seus alvos; quando via que duas já não tinham grande amizades, mandava bilhetes se passando por uma para outra e vice-versa, apenas para se divertir vendo as duas brigarem; os garotos, tinham frequentemente chicletes colados nas cadeiras onde grudavam nas calças, os cadernos eram rasgados ou tinham várias folhas rabiscadas, dentre outras peraltisses do não tão bonzinho Matthews Foster. Os coitados dos pais, quando eram chamados para uma conversinha em particular com a diretora, diziam que tentavam ensiná-lo bons modos, mas que era difícil. Diziam que talvez fosse rebelde por ter sido abandonado quando pequeno, que não suportava a ideia de alguém não querê-lo. A diretora, na tentativa de ajudar em classe e também em casa a relação interpessoal do pequeno pestinha, sugeriu que este passasse por sessões com a psicóloga da escola, que ela teria os métodos apropriados para desvendar o que tanto perturbava o pequeno.
Ah, pobre mulher, pobre Anne. Era mu